10è Réédition à Bruxelles, le 04 nov. 2024 - 14:05:02
François Vieira
PhotoJournaliste accrédité UE
Membre du Syndicat des Journalistes à Lisbonne
Voir >> -
♦♦♦♦♦♦
A GERAÇÃO "DIGITAL"
António Manuel Pereira da Costa Pinto
Voir - Ver > Partenaires
Quando nasceram, a Internet permitia já navegar por todo o mundo e os telemóveis estavam a ficar cada vez mais pequenos, mais potentes e com mais capacidades; muitos deles aprenderam as primeiras letras jogando com o computador.
Os jovens de hoje não serão como os que os precederam que foram os iniciadores da difusão e desenvolvimento da Internet, lançando as bases para a hoje conhecida "Era do Digital".
Esta nova geração depressa se integrou neste ambiente digital agindo e interagindo através das redes digitais e/ou sociais, criando a uma velocidade vertiginosa novos élans de interacção, gerando através destes meios um novo mundo comunicacional.
Transportam no seu seio nuances, como a mobilidade(que os leva a percorrer o mundo sem dificuldade), a partilha(de fotos, dados pessoais, ideias, propriedades, anseios e projectos) numa sociedade em permanente mutação, que se considera ela mesmo multicultural, menos ligada à tradição familiar e que induz os jovens de hoje, a "libertarem-se" ou a não aceitarem certas condutas que faziam parte do modus vivendi dos seus antecessores. O seu comportamento muda súbita e inesperadamente, deixando a maior parte das vezes os seus progenitores atónitos quando confrontados com certas atitudes que para eles são deveras incompreensíveis; é uma espécie de revolução copernicana, pois os jovens olham o mundo com um ponto de vista completamente diverso.
Estes jovens são os primeiros para quem estar "online" é parte integrante da vida, em virtude de terem crescido entre a tecnologia que lhes permite estar sempre "ligados", graças ao "wi-fi" e aos cada vez mais pequenos celulares. Antes mesmo de chegarem à adolescência, já integraram a Internet na sua vida quotidiana uma vez que, segundo vários estudos, utilizam-na em média cerca de três horas por dia.
Em cada dez adolescentes, oito têm um perfil Facebook, graças ao qual possuem em média 286 "amigos", induzindo a que a amizade, hoje em dia, seja praticamente de carácter virtual.
Todavia, e ao contrário do que se poderia imaginar, os adolescentes usam "o social network" para estarem em contacto com quem já conhecem, prolongando no tempo as relações estáveis ou aquelas latentes como é o caso das relações que se constituem durante as férias, viagens, etc. Os pais preocupam-se deveras com o tempo que os seus filhos passam no computador ou ao celular mas, para os jovens, não se trata de um outro espaço mas, pelo contrário, é a continuação da realidade através de outros meios. Quando se está no quarto navegando ou em contacto com os amigos, o espaço pessoal e íntimo torna-se por vezes demasiado acessível, conduzindo a novas formas de insegurança, que os levam a serem confrontados com palavras, actos e fotos que tinham compartilhado com outros que pensavam serem dignos de confiança e que ao invés, os lançaram na "rede" provocando situações muito delicadas que se podem repercutir no tempo e serem avaliadas inclusive no momento em que se entra no mercado de trabalho.
Existe ainda um novo fenómeno que carece de particular atenção: a dependência da Internet ("Tecnostress") de que sofrem certos jovens de 11 e 12 anos e que tem levado a psiquiatria a ser confrontada com esta nova "patologia" para a qual procura a solução mais adequada para tentar pôr cobro ao desespero de certos pais confrontados com esta situação, fruto do desejo dos seus filhos de estarem sempre em "rede".
Afortunadamente, as coisas nem sempre tomam um aspecto negativo, uma vez que para a maior parte destes jovens, estar "conectado" é parte integrante das suas vidas e não a consideram como a "droga" de momento.
Por vezes o insólito navega em "rede" quando os pais não utilizam correctamente a "conexão" com os filhos; frequentemente são "amigos" dos filhos no Facebook e na vida real procurando(como pais modernos que dizem ser) a amizade e o amor dos seus filhos mas esquecendo ou atirando para as calendas a sua educação. Temem o confronto e não sabem impor regras. Por vezes, para se "fazerem" jovens ou imaginarem que o são, vestem-se como eles e por vezes com a roupa deles levando a que estes percam a referência que deveriam encontrar nos seus progenitores.
Fruto desta ambivalência de certos pais, jovens há que se tornam egocêntricos. Este egocentrismo advém também de uma corrente pedagógica segundo a qual a auto-estima do jovem deve ser sempre reforçada, o que conduz por vezes a que alguns possuam uma imagem deles mesmos que não corresponde à realidade, e que, fruto de tal, tenham criado expectativas elevadas que posteriormente se constatam infundadas, provocando desilusão.
Felizmente, como já se vai detectando, os adolescentes começam a ganhar o seu espaço sem colidir demasiado com o espaço alheio. Portam em si novas ideias e atitudes; consideram o mundo como a sua casa, sem fronteiras, onde podem deambular sem dificuldades, empenham-se(embora nem sempre num quadro associativo) na defesa e protecção do ambiente, compartilham muito mais, são benévolos e solidários.
A internet tem sido a dinamizadora da globalização; pode-se comunicar com todo mundo, pode-se comprar em todo o mundo. De facto, os jovens têm sido os grandes impulsionadores da "civilização digital" neste cosmos geracional.
Assim vai o Mundo !
♦♦♦♦♦♦
Deseja exprimir a sua opinião sobre este artigo ?
E-mail : costapinto.antonio@gmail.com
Souhaitez-vous exprimer votre avis sur cet article ?
Entre os numerosos artigos do mesmo autor, qual foi aquele que chamou mais a sua atenção ?
Parmi les nombreux articles du même auteur, lequel a retenu davantage votre attention ?
© António Manuel Pereira da Costa Pinto
Lic. Ciências Sociais - Sociologia
Educação Física e Desporto
Lic. Sciences sociales - Sociologie
Éducation Physique et Sports
Credenciado - Accrédité : UE
|